A nossa cidade, com 77 mil habitantes – dados do IBGE em 2007, não tem mão-de-obra suficiente para suprir todas as demandas, fazendo com que as usinas contratem os gatos, pessoas encarregadas por trazer empregados a preço de banana para fazer os serviços mais duros possíveis.
Aonde procurar por esse tipo de pessoa? No Nordeste brasileiro. Lá, as pessoas que não têm dinheiro ou estudo, para conseguir trabalhar, vêm até São Paulo, a Ilha da ilusão, tentar vencer na vida, para isso deixam por lá mulher e filhos.
Quando chegam aqui o sonho é limitado, a casa dividida, o dinheiro contado e a solidão. Eis o maior problema social da modernidade. Sozinhos no mundo, sem amor, sem sexo e sem diversão, eles invadem os locais e culturas regionais para suprir suas necessidades. Muitas vezes, diria, quase todas, a alternativa encontrada é nas drogas e na prostituição.
O entregador de pizza, M., 22 anos, disse que todas as vezes que precisa trocar dinheiro vai direto ao ponto em frente a um posto onde os travestis exercem sua função porque é lá que os canavieiros gastam seus salários. “Eles sempre têm grana, eles gastam tudo em álcool, drogas e com os travestis”, afirma M.
Mas então, qual o problema dessas pessoas invadirem os bailes, gastarem com prostituição e drogas?
Com o passar do tempo, principalmente o gasto com entorpecentes faz aumentar o comercio do tráfico na cidade. Com isso, os traficantes contratam mais jovens e pessoas para funcionarem como aviõezinhos (entregadores), ou outras funções dentro da organização. O acesso às drogas fica mais fácil, a violência cresce.
Votuporanga nunca foi uma cidade destaque pela violência, mas se nada for feito, muito pode ser perdido Não quero ser apocalíptico, mas o progresso econômico que aparentemente as usinas trazem, pode sair muito caro para a sociedade votuporanguense. Quando as pessoas não tem nada a perder, elas podem nos fazer perder.
comentários: 4
OI, Eric, tudo bem? Gostei do seu blog. Quanto a essa situação dos anti-heróis dos canaviais, passou da hora de os poderes público e privado se unirem e tratarem esse novo quadro com seriedade, com uma abordagem antropológica e humana. Continue firme em seus propósitos de fazer jornalismo engajado, crítico; o mundo precisa disso. Beijão.
Além das questões sociais abordadas na matéria ainda existe o lado ambiental que também é muito afetado. Pelo visto o progresso nem sempre acontece como as pessoas esperam, não é mesmo? Abração!
Muito bom pequeno éric. E pelo jeito a tendência é piorar...
Abraços
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