A meta, o passe e o gol

quarta-feira, 7 de julho de 2010 | comentários: 0
Antes do começo da partida, a bola fica no meio de campo, em cada um dos dois lados existem muitos homens, vinte e dois para ser mais exato, em cada olhar uma convicção diferente, em cada pele, marcas e motivos que os trouxeram até aqui. Entre eles apenas um sentimento em comum: esperança.

A grama verde, demarcada por quatro linhas brancas, mostra os limites que os indivíduos não poderão ultrapassar para conquistar seu objetivo. Talvez os sonhos sejam maiores, e não caibam naquele espaço. Começa, então, o jogo.

A partir de agora, todos que carregavam o mesmo sentimento iniciam sua luta, alguns vão cair pelo caminho. Então, o que diferencia o vencedor no fim? Os gols? Não, a habilidade de saber organizar seus sonhos. Pernas que correm todos têm, cérebros também.

O gol é apenas a celebração de quem conseguiu superar seus medos. Afinal, quando se está de frente para o gol, existem duas possibilidades, chutar, ou tocar para quem está perto estufar as redes. Quem toca nessa hora, comemora o êxito do coadjuvante.
Já quem chuta pode errar ou marcar. Mas, que diferença isso faz? Quem fechou os olhos e colocou sua força sem medo por um objetivo maior, mesmo que tenha jogado a bola longe, hoje vai dormir, pensando no erro, sem medo de fechar os olhos.

E assim, todos os dias temos a oportunidade de sermos artilheiros e goleadores. A bola, mesmo que dura, ou cruzada de modo errado passa na frente do gol. O nosso pé se mexe, vai em direção a ela, e o medo da decepção nos faz recolhê-lo, ou até mesmo tocar de lado. É, como o jogo foi feito com 90 minutos para acertar a meta, a vida foi feita de oportunidades. Ou alguém se lembra quem deu o passe para o primeiro gol de Pelé?

Entretanto, certamente muitos se lembram do chute que ele deu do meio de campo e não entrou.